Grebal realiza palestra com especialista em livros digitais


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Ednei Procópio é autor de quatro livros, um de ficção e os demais sobre livros digitais

BARRA MANSA (RJ) | Com o objetivo de trazer palestras, oficinas e cursos para os grebalistas, o Grêmio Barramansense de Letras (Grebal) trouxe para a cidade o escritor Ednei Procópio, na ocasião, ele ministrou palestras no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM) e na sede do Grebal.

De acordo com o presidente do Grebal Rozan Silva, Ednei é uma autoridade na área. “Ednei é uma das maiores autoridades quando o assunto é livro digital no Brasil, poder proporcionar uma palestra desse nível é algo que nos engrandece muito. Ele tem reconhecimento nacional dentro da área literária e, em 2015, foi finalista do Prêmio Jabuti. Nossa intenção é procurar trazer escritores, que possam acrescentar e dar mais informação ao autor local”, destaca Rozan.

Autor de dois livros, um de ficção e um sobre o livro na era digital, no domingo, Procópio realizou um bate papo sobre seu livro de ficção ‘Qu4dri- O tabuleiro Mágico’, que conta a história dos jogos de tabuleiros, é um romance que se passa num reino que vive de fabricação e venda de jogos de tabuleiros, o rei se ausenta do trono e causa instabilidade do reino, a região entra crise e a guerra está declarada. “A história do livro se reflete na nossa história, é uma história pesada para que as pessoas possam pensar e refletir no que está se passando em nosso país. Foram três anos entre pesquisa e escrita e mais um para ser publicado, o resultado tem sido positivo”, destaca Procópio.

Já no UBM, além dos grebalistas, estiveram reunidos estudantes e a população em geral para discutir questões sobre o livro inserido no universo digital. Em sua obra ‘O Livro na Era Digital’” traz 23 capítulos que mostra em que estágio estamos na digitalização, dá dicas de como nos preparar para a próxima tendência e o que podemos fazer para manter os negócios na chamada Web 2.0 e tirar ainda mais proveito da Era Digital. “A maioria das pessoas estão voltadas para uma tela, seja celular, computador ou tablet, temos que inserir o livro nesse contexto para que tenham mais acesso. Se o olho está voltado para a tela, por que não colocar o livro dela? Isso facilita a leitura ou a compra do mesmo”, indaga o autor.

De acordo com Ednei, a leitura em tela é lenta, dispersa, porém, é uma leitura mais rápida, barata e cômoda. “Considero que valha mais a pena ler livros técnicos em formato digital do que na forma física. Na versão digital, o leitor vai encontrar opção de multimídia o que traz mais entendimento a quem lê. Já a leitura de entretenimento depende do tempo disponível que o leitor tem. Geralemnte o público dessa área é formado por estudantes, professores da área de comunicação, bibliotecários, livreiros e blogueiros”, citou.

Ednei Procópio possui uma pequena editora em São Paulo, onde vive, há alguns anos, publicou um livro de Eliana Neri, da amizade, surgiu o convite para conhecer Barra Mansa. “Fiz questão de estar aqui e ajudar no trabalho do Grêmio que vem crescendo, se atualizando e reinventando. O Grebal tem tudo para crescer e se tornar um belo instrumento de cultura, tem condições e boa aceitação pela comunidade. A cultura tem sido posta de lado, cultura é educação, se fosse investido em cultura poderia diminuir os números de criminalidade”, destacou o escritor.

Sobre Ednei Procópio

Começou a pesquisar sobre livros digitais em 1998 quando terminou de escrever um livro de poesias, ‘Os versos de James’, e não conseguiu publicá-lo. Esta é sua primeira obra literária, no entanto, acabou sendo publicada em 2001 pela iEditora, onde trabalhou como editor até 2005. A iEditora foi a primeira empresa editorial brasileira a trabalhar com os livros digitais comerciais.

Pioneiro, Procópio criou a eBookCult em 2001, a primeira empresa a importar um leitor de livros digitais (mais tarde chamado e-reader) para o Brasil. Vendeu um lote de mil máquinas quando ainda não existia e nem se falava em Kindle, Kobo ou Lev.

Em 2005, Procópio publicou ‘Construindo uma Biblioteca Digital’ e, em 2010 lançou o livro ‘O livro na Era Digital’. Seu último livro ‘A revolução dos eBooks’, foi publicado pela Editora do Senai no início de 2014 e indicado ao Prêmio Jabuti em 2015.

Enquanto editor, Procópio já produziu e publicou perto de mil títulos em diversos formatos. E comercializados e diversas plataformas e aplicativos. Fundou a LIVRUS Negócios Editoriais,cujo escritório fica sediado na capital São Paulo. A Livrus é uma empresa de comunicação editorial, que tem como objetivo levar os autores e as suas obras para a era digital.

Além de palestrar sobre as questões do mercado editorial em eventos no Brasil todo, hoje, Ednei Procópio é empresário e um dos maiores especialistas em livros digitais no Brasil.

Publicado originalmente em A Voz da Cidade | 01/06/0217

Prêmio São Paulo de Literatura 2017


A Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo está com inscrições abertas para o Prêmio São Paulo de Literatura 2017. O prazo para escritores e editoras se inscreverem vai de 7 de março a 20 de abril e podem concorrer romances em duas categorias: “Melhor Livro do Ano” e “Melhor Livro do Ano – Autor Estreante” – esta última dividida em duas modalidades “Autores com Mais de 40 Anos de idade” e “Autores com Menos de 40 Anos de idade”. Para conhecer o Edital Completo, clique aqui.

A Resolução do Secretário da Cultura, José Roberto Sadek, instituindo a versão 2017 do Prêmio pode ser lida clicando aqui.

Com a premissa de incentivar a leitura, a produção e a difusão literária, o Prêmio São Paulo de Literatura contribui para a formação de novos leitores e escritores, sendo um dos poucos no país a ter categoria específica para estreantes. Também se destaca por reconhecer os grandes nomes e os novos talentos da literatura contemporânea, abrindo portas não só para escritores nacionais, mas também para concorrentes estrangeiros com obras escritas originalmente em língua portuguesa e primeira edição mundial no Brasil em 2016. Abrangendo obras de ficção, no gênero romance, o Prêmio São Paulo de Literatura é o maior do país em valor de premiação individual: R$ 200 mil para o Melhor Livro do Ano e R$ 100 mil para cada autor estreante nas submodalidades +40 e -40.

Na categoria Melhor Livro do Ano, poderão se inscrever autores que já publicaram romances de ficção anteriormente. Já na categoria dos estreantes, os escritores podem ter obras publicadas em outros gêneros, desde que o livro inscrito seja o seu primeiro romance de ficção.

Edições anteriores

Em 2016, Anatomia do Paraíso [Editora 34], de Beatriz Bracher, foi eleito pelo júri do Prêmio São Paulo de Literatura o Melhor Livro do Ano. Já Marcelo Maluf, com A Imensidão Íntima dos Carneiros [Editora Reformatório], foi contemplado na categoria Autor Estreante +40 e Rafael Gallo recebeu prêmio na categoria Autor Estreante -40, com o romance Rebentar [Record].

A categoria “Autor Estreante” contribuiu também na revelação de novos nomes da literatura, tais como Jacques Fux [Antiterapias], Paula Fábrio [Desnorteio], Micheliny Verunschk [Nossa Teresa – Vida e Morte de uma Santa Suicida], Débora Ferraz [Enquanto Deus Não Está Olhando] e Marcos Peres [O Evangelho Segundo Hitler].

Sobre o Prêmio São Paulo de Literatura

Criado em 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo, o Prêmio São Paulo de Literatura é o maior do País em valor individual e tem como principais objetivos incentivar a produção literária de qualidade, apoiar e valorizar novos autores e editoras independentes, além de incentivar a leitura.

Desde que foi criado, o Prêmio teve participação de mais de 1.700 livros e premiou 22 romances, contribuindo de forma decisiva para dar visibilidade não só às obras vencedoras, mas também aos trabalhos finalistas.

Participe!

Clique para fazer download dos arquivos necessários:

Anexo I – Ficha de inscrição [Pessoa Física]

Anexo II – Ficha de Inscrição [Pessoa Jurídica]

Anexo III – Declaração do Autor Estreante

Anexo IV – Declaração da Editora

Educadora aborda como as crianças interpretam os sentimentos em audiolivro


Maior plataforma de audiolivros da América Latina traz, a partir desta sexta-feira, a obra ‘Tenho Monstros na Barriga’, de Tonia Casarin

A maneira como as crianças interpretam os sentimentos interfere no modo como elas irão decodificar diversos acontecimentos que terão ao longo da vida. Saber lidar com estas emoções é importante para a formação de qualquer indivíduo, mas também é essencial para que as crianças obtenham maiores oportunidades de êxito pessoal, social e, até mesmo, acadêmico.

Para tratar deste assunto de forma leve e descontraída com os pequenos, a educadora Tonia Casarin lançou o livro ‘Tenho Monstros na Barriga’. A obra conta a história de Marcelo, um menino que sente “várias coisas” na barriga e não sabe o que significa. Quando descobre que são sentimentos, Marcelo resolve chamá-los de monstrinhos. Ao longo da história, o menino narra os seus sentimentos e mostra oito monstrinhos: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo, Coragem, Curiosidade, Orgulho e Ciúmes. “O livro busca aumentar a consciência dos sentimentos, aproximando as crianças dos seus pais e professores, possibilitando brincar e estimular a imaginação das crianças”, diz a autora.

A novidade é que, a partir desta sexta-feira, 27/01, os monstrinhos aderiram à tecnologia e chegam aos consumidores no formato em áudio, que pode ser acessado por celulares e computadores, seja através do aplicativo Ubook ou pelo site da empresa [www.ubook.com]. “Em nossa versão em áudio, também incluímos um trabalho de sound design, que acrescenta trilha e efeitos sonoros para que a audição da criança seja ainda mais estimulada, favorecendo a imaginação e a interpretação da história narrada”,explica Marta Ramalhete, Gerente de Produção do Ubook.

É uma forma lúdica de interagir com as crianças para auxiliá-las a desenvolver a habilidade de identificar e gerenciar emoções, estabelecer relacionamentos saudáveis e contornar comportamentos destrutivos, isto é, qualquer ação que a pessoa realize em prejuízo de si mesma. Dessa forma, quando confrontadas com situações difíceis, no futuro, elas terão as ferramentas para buscar soluções por conta própria”, comenta Tonia, que também foi responsável pela narração do audiolivro.

Apresentar esta versão em audiolivros para as crianças é interessante também pois um dos pontos cruciais de uma boa comunicação é ensinar as crianças a ouvirem. E, é através do diálogo que elas saberão pedir ajuda e dizer o que desejam em situações difíceis, o que acaba contribuindo para a resolução de conflitos e auxilia, inclusive, em situações de bullying”, avalia Eduardo Albano, Diretor de Conteúdo do Ubook.

Os benefícios de uma boa educação emocional também podem ser refletidos no aprendizado escolar, porque, quem sabe lidar melhor com as emoções tem mais facilidade para planejar e estabelecer metas a longo prazo. “Trabalhar bem os sentimentos também estimula a aquisição de habilidades sociais tão importantes como a empatia, isto é, torna as crianças capazes de se colocarem no lugar do outro, reconhecer e aceitar suas diferenças físicas, culturais ou emocionais. As vantagens permanecem na vida adulta, implicando em vidas profissionais bem sucedidas, casamentos saudáveis e menos propensão à depressão e outras doenças”, complementa a educadora.

Um estudo americano com 300 mil crianças mostrou que aquelas que estavam inseridas em programas de desenvolvimento de habilidades emocionais apresentaram rendimento escolar de 11 a 17% superior do que as que não participaram. Outra pesquisa da Unesco na America Latina também aponta a importância do desenvolvimento emocional nas crianças: projeto que abrangeu 54 mil estudantes concluiu que quem convive harmoniosamente com os colegas pode atingir notas até 46% mais altas do que aqueles que habitam ambientes de conflito.

A autora/narradora

Tonia Casarin formou-se em Administração pela PUC-Rio, em 2007, e é mestre em Educação pelo Teachers College em Columbia University, em Nova York, Estados Unidos. Já atuou no setor público, como na prefeitura do Rio de Janeiro e no governo do Estado do Rio, e privado. É professora de pós-graduação do Instituto Singularidades de São Paulo, coach e consultora em Educação.

Apaixonada por crianças e pelas emoções, Tonia focou os seus estudos na inteligência emocional e social, e como desenvolvê-la em adultos, adolescentes e crianças. Em suas pesquisas, aprendeu que o primeiro passo para desenvolver as competências do século 21 é saber identificar os sentimentos. Nesse contexto, Tonia escreveu o livro “Tenho Monstros na Barriga”, uma ferramenta para as crianças aprenderem a identificar as próprias emoções.

Sobre o Ubook: Lançado no início de outubro de 2014, o Ubook é o primeiro serviço de assinatura de audiolivros por streaming do Brasil. Ele funciona como o Netflix para vídeos ou o Spotify para música: por um valor mensal, ou semanal, é possível ter acesso ilimitado a todo o catálogo através do aplicativo. A plataforma, que já conta com mais de 1,5 milhão de usuários cadastrados e possui mais de 10 mil títulos em seu catálogo, está disponível para Web, iOs, Android e Windows Phone. Para saber mais acesse: http://www.ubook.com

Serviço:

Título: “Tenho Monstros na Barriga”

Autora: Tonia Casarin

Editora: Independente

Tempo de áudio: 9 minutos

Narradora: Tonia Casarin

Sonorização: Fabrício Signorelli

Onde ouvir: Ubook [www.ubook.com]

Blogueiro é parceiro


Coedições Livrus inicia 2017 com um convite especial para você blogueiro e youtuber.

Visando novas parcerias, a Editora Livrus selecionará blogueiros e youtubers para novas ações de marketing a partir de fevereiro. Se você é um apaixonado por livros, gosta de receber brindes, marcadores, exemplares, e outros mimos, não pode perder essa oportunidade. Para se inscrever, basta preencher o formulário disponível abaixo.

A Livrus irá selecionar 20 parceiros, até o final do mês de janeiro. Os parceiros selecionados já ganharão, logo de cara, kit de livros do escritor J. Modesto, um dos maiores autores nacionais de literatura fantástica. Os selecionados já terão também acesso aos nossos lançamentos, com material exclusivo!

Agradecemos o interesse em ser nosso parceiro.

Boa sorte a todos!

“O autor e o novo mercado editorial”, por Ednei Procópio


Estou pensando em publicar um novo sobre os livros digitais, desta vez com enfoque na educação. O título: “Os Livros Digitais e a Educação”. Na verdade, o texto já está pronto e até pensei em publicá-lo em 2016 mas percebi que qualquer ação que praticasse não ia surtir efeito, então resolvei deixar o texto guardado. E, bem, agora estou procrastinando mais uma vez.

A Revolução dos eBoks

A Revolução dos eBoks

Minha terceira e última obra, a mais recente sobre os livros digitais, foi lançada em março de 2014, pela Editora SENAI. O título que acabou agradando à editora foi “A Revolução dos eBooks”. Neste livro, falo dos motivos do título e quem, na verdade, antes de mim, cunhou o termo “[e]Book [R]evolution”.

O texto original da obra já estava pronto quando fui à convenção anual da Associação Nacional de Livrarias [ANL], durante a última Bienal do Livro do Rio de Janeiro, para ministrar uma palestra sobre o mercado livreiro. No evento, conversando com um diretor da Editora SENAI, meu livro foi selecionado por eles para publicação. Foi uma experiência muito interessante ser, ao mesmo tempo, o editor de uma editora [para quem não sabe, sou o fundador da Livrus Negócios Editoriais], e ter um livro meu publicado por outra casa editorial.

Me lembro que, enquanto meu livro estava no prelo, fiquei pensando na expectativa que a publicação de uma obra gera em nós escritores. Eu, que sempre estive do lado de cá da mesa, atuando como editor, tive que provar do meu próprio veneno. Recebi inúmeras recomendações da equipe editorial daquele selo com o objetivo de melhorar minha obra. Percebi que aquele processo todo estava gerando em mim uma ansiedade que há tempos não sentia. Naquela ocasião eu pensava, será que minha própria editora gera essa mesma expectativa em seus autores?

Autores de um novo ecossistema editorial

Em “A Revolução dos eBooks”, deixo claro que, quando falo em revolução dos eBooks Readers, estou me referindo mais aos leitores em si, os consumidores dos livros na era digital, do que as máquinas por eles utilizadas para leitura. A revolução digital permitiu, na outra ponta do ecossistema editorial, que os autores tivessem acesso a dezenas de plataformas de autopublicação que, pela primeira vez desde Gutenberg, oferecem ao autor a possibilidade real de ver seu texto publicado sem as barreiras existentes no antigo modelo.

Na autopublicação, por exemplo, existe a [inter]mediação de uma empresa que, geralmente, faz uso das tecnologias e das mídias digitais para oferecer uma plataforma de publicação. Nestes casos, a empresa que oferece tais ferramentas tem um papel menos atuante no que diz respeito à produção dos livros e exatamente por esta razão, pode haver contraindicações no mau uso destas ferramentas, principalmente se o usuário não se preparar para o processo que vai se desenrolar a partir dali.

A editora que publicou meu livro, do contrário, mantém uma equipe editorial já treinada que, por mais que eu tentasse acelerar a produção do meu livro, por pressa minha mesmo, por pura ansiedade, não me permitiria errar em itens tão importantes como texto de quarta capa, texto de orelhas, texto sobre o autor, prefácio, sumário, etc.

Por exemplo, sou um nerd assumido, guardo ‘de cabeça’ todas as referências bibliográficas sobre eBooks. Mas, e se eu não incluísse esses dados bibliográficos em meu livro? Tive que entregar à editora a referência completa [tal qual reza a cartilha da ABNT]. Foi item obrigatório para ter meu livro publicado por aquele selo. Também me pediram as notas de rodapé para todas as referências que eu estava fazendo nos capítulos.

Malditas notas de rodapé

Então estava eu lá, um domingo inteiro, buscando as tais notas para entregar na segunda-feira pela manhã, para que meu livro fosse publicado o mais breve possível. Eu pensava: para que raios serve uma nota de rodapé? Pensando bem, quem lê esse troço?

Um livro de não ficção, que é caso da obra “A Revolução dos eBooks”, não pode ser considerado um bom livro se não tiver o mínimo que a ABNT sugere para que o material seja efetivamente considerado publicável. Fora ter de cuidar do ISBN e da Ficha Catalográfica [itens considerados obrigatórios pela Lei do Livro, por sinal] nós, autores e editores [nos casos em que não sejamos ao mesmo tempo a mesma pessoa], precisamos observar outros itens para que um livro tenha uma qualidade aceitável. Não importa o formato: se eBook, audioBook ou paperBook.

Será que os autores que se autopublicam [e não são editores] estão preparados para admitir que, para ter um bom livro publicado, a obra terá que passar inevitavelmente por uma preparação de texto, revisão, diagramação, capa, ISBN, Ficha Catalográfica? E que será preciso observar tantos outros itens imprescindíveis como hifenização, viúvas, órfãs, resenhas, release de qualidade, que também fazem parte da publicação de uma obra?

Autor que não é livro que não é editora

Deixando de lado, pelo menos por enquanto, a questão dos custos e financiamento da produção, são três os modelos atuais mais comuns para a publicação de um livro:

O primeiro deles é aquele que chamaremos tradicional; nele, o autor envia o livro para uma editora e a seleção da obra fica a cargo de um conselho editorial, responsável pela curadoria de um determinado catálogo. Neste modelo, a equipe editorial está presente do início ao final da produção do material enviado. É o caso usado por aquela editora na publicação do meu livro.

O segundo modelo, o da autopublicação, é o próprio autor que assume a responsabilidade pela produção de sua obra usando as atuais ferramentas disponíveis nas plataformas de selfpublishing. Neste modelo, é raro a presença de uma equipe editorial, ela não está presente para assessorá-lo. As ferramentas de autopublicação acabam por oferecer uma opção interessante para a edição de livros, criam um ambiente democrático, aberto e acessível; mas estas plataformas não ofertam aos escritores uma equipe editorial que, antes de tudo, primem pela qualidade editorial de sua obra. E o custo zero oferecido por tais empresas é a razão para isto não ocorrer.

E o terceiro modelo são as casas que prestam os serviços necessários para a publicação de um livro, unindo a liberdade da publicação com a qualidade editorial processada por uma equipe. Este é o caso da Livrus. E, antes que me perguntem, sim, os custos e os profissionais estão todos lá, presentes no processo.

Autores que se autopublicam

É realmente fascinante as possibilidades que a Internet, e suas [con]sequências, estão trazendo para o mercado editorial. Mas sabemos que somente a tecnologia não dá o respaldo necessário para que uma determinada obra tenha um bom título, um bom subtítulo, uma boa revisão, etc. Escrever rapidamente um livro e colocá-lo de imediato no ar só porque as ferramentas digitais assim o permitem, pode ser um tiro no próprio pé, principalmente se o autor não dominar os meandros da publicação de um livro. O autor que tiver, por exemplo, um material em potencial em mãos pode perder uma oportunidade única de seu próprio trabalho.

Fora isso, com o tempo, os leitores [os únicos que realmente ‘mandam’ neste novo mercado], inevitavelmente perceberão que as obras que tiveram uma curadoria, uma equipe editorial, são aquelas de fato confiáveis para se ler. Por isso, antes de colocar seu próxima o livro no ar, nestas plataformas automatizadas, pense se você, autor, sozinho, realmente pode e é capaz de realizar o trabalho que uma equipe inteira precisaria fazer para se ter um bom livro. Se for o seu caso, e se assim o considerar, tente a sorte.

Em “A Revolução dos eBooks”, busco detalhar a questão atual do financiamento de obras, seja pelo Governo, patrocinadores, concursos culturais, editoras e até pelo próprio autor quando for o caso. Mas, por ser especialista em eBooks desde 1998, talvez parecesse um contra senso eu, agora, atacar, criticar ou mesmo defender as ferramentas digitais de autopublicação. Meu objetivo não é este. Longe disso. Pelo contrário, testei a maioria das ferramentas disponíveis pessoalmente. E afirmo: elas são acessíveis e funcionam, de verdade. São verdadeiramente democráticas se comparadas a qualquer um dos demais modelos.

O fato é que, exatamente por ter estudado a fundo este assunto, cheguei à conclusão de que, se eu quisesse que o meu próprio livro tivesse qualidade que eu desejava, e que não caísse na vala comum de centenas de outros de identificada precariedade, eu não deveria fazer o livro inteiro sozinho, eu necessitava de um corpo editorial.

Felizmente, sou editor e poderia fazê-lo usando a equipe da minha própria editora, a Livrus, se fosse o caso, como alternativa. Mas, felizmente também, o novo mercado editorial está repleto de portas abertas para aqueles que não têm pressa em publicar, mas primam antes de tudo pela qualidade de suas próprias obras. E, por essa razão, encontram alternativas inúmeras, entre as quais as tradicionais.

Nos demais casos, como alternativa, a necessidade nos aponta um ambiente de ferramentas digitais de autopublicação atrelado a uma equipe de curadoria. A primeira automatiza o processo e ajuda a reduzir custos por conta da escala. A segunda assegura a qualidade. Estas duas, digamos, entidades, unidas, ajudam a equalizar a questão do financiamento das publicações e podem oferecer uma resposta adequada aos novos tempos, aos novos livros, enfim, a um novo mercado editorial.

Por Ednei Procópio

Por Ednei Procópio

* Ednei Procópio, 40 anos, é empresário e um dos maiores especialistas em livros digitais no Brasil, atuando na área desde 1998.