Kobo lança e-reader com touchscreen


A Kobo apresentou, na Book Expo America, a versão touchscreen de seu e-reader de olho nos compradores menos experientes digitalmente. O diretor Michael Serbinis descreveu o mercado de e-books como Davi contra os Golias da Apple e da Amazon. Ele quer ser o número um neste mercado e aposta no preço baixo. Essa versão touchscreen vai custar US$ 130 e a versão wi-fi terá o preço reduzido para US$ 99. Ele ainda não pensa em um tablet multi funcional.

The Bookseller | 24/05/2011

Barnes & Noble anuncia o novo Nook, leitor de livros eletrônicos


A versão mais leve e mais barata do Nook, e-reader da Barnes & Noble, rede de livrarias norte-americana, tem como alvo aqueles que procuram um leitor de livros eletrônicos mais simples.

O Kindle 3 tem 38 botões. São 37 a mais do que o novo Nook“, disse Willian Lynch, executivo-chefe da Barnes & Noble, no evento de anúncio do equipamento, em Nova York.

Disponível a partir do dia 10 de junho, o novo Nook se conecta com a internet por meio de Wi-Fi, tem tela sensível ao toque de seis polegadas e pode armazenar cerca de mil livros digitais.

Com o preço de US$ 139, o Nook entra na briga com a Amazon e com outros fabricantes do setor.

O foco na simplicidade faz com que a bateria do Nook dure até 2 meses. Pesando pouco mais de 200 gramas, o aparelho é 35% mais leve do que o primeiro Nook e cerca de três vezes mais leve do que o iPad 2.

A tecnologia da tela continua sendo a E Ink, ou tinta eletrônica, que cansa menos a vista do que telas luminosas, como a de tablets ou monitores de PCs.

Folha.com | 24/05/2011 – 16h50

Editoras se unem e levam e-books para bibliotecas universitárias


Grupo A, GEN, Saraiva e Atlas criam a empresa Minha Biblioteca, que começa a operar em 1º de junho

Em 2010, Objetiva, Record, Sextante, Rocco, Planeta e L&PM fundaram a DLD para converter seus livros para o formato digital e distribuí-los. Ontem, pouco mais de um mês desde que a DLD começou a operar, outras quatro grandes editoras, mas com forte presença no segmento de livros universitários, também se uniram para uma entrada mais agressiva no mercado de livro digital. Só que dessa vez o foco sai das livrarias e vai para as bibliotecas das universidades brasileiras.

Grupo A, GEN, Saraiva e Atlas inauguram o projeto “Minha Biblioteca” em 1º de junho. Nele, será reunido o catálogo digital das quatro sócias, estimado, hoje, em quatro mil títulos. Funciona assim: com base no interesse da universidade, no número de alunos, na perspectiva de acessos e no potencial de crescimento, a empresa, que também se chama Minha Biblioteca, customiza um catálogo e o vende inteiramente à universidade. Aos alunos dessas instituições é permitido o acesso remoto a todo o conteúdo.

À primeira vista a ideia se parece com a da Pasta do Professor, mas o diretor executivo Richardt Feller, que trocou Curitiba por São Paulo e já está se instalando no escritório da empresa na Avenida Paulista, disse que elas são diferentes. “A Pasta é mais uma contribuição do mercado para evitar a pirataria e legalizar as cópias, mas não tem formato digital. Já o Minha Biblioteca, que também é uma alternativa à pirataria, prevê o ensino de plataforma, com acesso livre de qualquer lugar”. Enquanto no projeto mais antigo é possível comprar o livro fracionado, neste novo só serão vendidos livros inteiros.

Nesse momento, nosso objetivo é levar conteúdo digital a um maior número de alunos do Brasil”, disse. Mas este é só o começo, garante. Agora, as empresas estão concentradas em colocar o “Minha Biblioteca” na rua. A partir da publicação nesta segunda-feira, 23, do comunicado da Saraiva, a equipe – são quatro funcionários – está liberada para divulgar o serviço, apresentá-lo nas universidades, fechar negócios…

O site deve entrar no ar ainda hoje – http://www.minhabiblioteca.com.br

Conheça as editoras envolvidas no projeto

O Grupo A é uma holding formada pelos selos editoriais Artmed, Bookman, Artes Médicas, McGrawHill, Penso e Tekne. Responsável pela publicação de livros científicos, técnicos e profissionais nas áreas de biociências, de ciências humanas e de ciências exatas, sociais e aplicadas, o Grupo possui, entre títulos impressos e e-books, mais de 2 mil títulos em catálogo.

A Editora Atlas, fundada em 1944, conta com mais de 3 mil títulos publicados nas áreas de Contabilidade, Economia, Administração de Empresas, Direito, Ciências Humanas, Métodos Quantitativos e Informática. Suas publicações – livros-textos, livros de referência, dicionários e livros para concursos públicos – visam à melhoria do ensino e da Educação brasileira em sua totalidade.

Formado oficialmente no segundo semestre de 2007, o Grupo Editorial Nacional [GEN] reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, Método, Forense Universitária, AC Farmacêutica e EPU. O objetivo do grupo é prover o mais completo conteúdo educacional para as áreas científica, técnica e profissional [CTP]. O GEN oferece um catálogo com mais de 2.800 títulos, alguns dos quais publicados também em Espanhol e distribuídos em toda América Latina.

A Editora Saraiva é a maior editora brasileira no segmento de obras jurídicas e uma das mais importantes editoras de livros universitários nas áreas de administração, economia, contabilidade, marketing e negócios, além de editar obras de interesse geral. Hoje, seu catálogo reúne cerca de 3 mil títulos para o público universitário. É também uma das primeiras no ranking de livros didáticos e paradidáticos para ensino fundamental e médio.

Por Maria Fernanda Rodrigues | PublishNews | 24/05/2011

Amazon chega ao Brasil com leitor Kindle


Lançamento de site não prevê venda de livros impressos; tributos preocupam empresa

A gigante americana Amazon iniciará suas operações no Brasil exclusivamente com a venda de livros digitais, que serão reproduzidos pelo leitor Kindle.

Segundo a Folha apurou, exemplares impressos não estão nos planos iniciais em virtude da complexidade logística de entrega. Ainda não há previsão de data para o início das atividades.

A Amazon pretende também montar um escritório no país para negociar com as editoras, segundo declarou o peruano Pedro Huerta, diretor de conteúdo do Kindle.

A aproximação da empresa com o mercado brasileiro aconteceu há dois anos, quando representantes da Amazon se aproximaram de editoras brasileiras na feira de Frankfurt, na Alemanha.

Há três meses, quando o executivo foi nomeado, as conversas avançaram. No entanto, nenhum contrato foi fechado. A expectativa é que as discussões durem de 4 a 6 meses.

A estratégia é ter um site em português para os livros digitais e vender o Kindle em lojas de eletrônicos e até operadoras de telefonia.

No entanto, o preço do aparelho preocupa a empresa, que quer um “valor acessível”. De acordo com executivos próximos a Amazon, nos próximos meses Huerta deverá vir ao Brasil para pleitear incentivos de importação ao Kindle.

POR CAMILA FUSCO | Publicado em Folha.com | São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

Facelivro


Personagens que conversam entre si e postam links dão vida no Facebook a obra de autor português

Andrés Bosco é um sujeito gordo, de cavanhaque, com cara de poucos amigos. Em sua página no Facebook, criada há duas semanas, tem clamado por justiça.

O Don Metzger foi assassinado. Foi assassinado esta noite por alguém nesta casa. E eu faço questão de saber quem foi“, escreveu, recentemente.

O brado indignado foi lido por 220 pessoas. Em pouco tempo, elas terão o alento de descobrir a identidade do malfeitor -mas jamais o verão preso.

Bosco e o assassino são personagens do livro “O Bom Inverno”, do português João Tordo, 35, vencedor em 2009 do Prêmio José Saramago [principal distinção para autores portugueses de até 35 anos]. “O Bom Inverno” não foi publicado no Brasil.

Lançado em Portugal com 8.000 cópias em setembro de 2010, o romance -sobre um assassinato ocorrido na casa de um cineasta, Don Metzger, na Itália- está sendo adaptado para o Facebook, em pequenos capítulos atualizados diariamente.

A ideia partiu dos publicitários Erick Rosa, 36, e Thiago Carvalho, 30, brasileiros radicados em Portugal, onde trabalham na agência de propaganda Leo Burnett.

É como ver a adaptação de um livro para o cinema“, disse Rosa, diretor de criação. “Só que nesse caso, transpusemos para o Facebook. A ideia está sendo testada enquanto acontece.

Para dar conta de realocar 250 páginas na linguagem diminuta de rede social [“posts” do Facebook podem ter no máximo 420 caracteres], o redator Carvalho cortou o livro pela metade. “Suprimi alguns capítulos e divagações, tudo com a aprovação do autor“, disse.

Em seguida, recorreu à agência de fotografia Corbis para procurar retratos que lembrassem a descrição dos personagens. Andrés Bosco se tornou o homem gordo de cavanhaque. Seus 17 companheiros de trama, dentre os quais um médico e um agente literário, foram agraciados com imagens joviais.

Para ler o livro, um usuário do Facebook precisa teclar no link “curtir” na página dos personagens. A partir disso, recebe as atualizações em seu próprio perfil.

LINKS INTERATIVOS

Desde que a história começou a ser contada, em 6 de maio, Carvalho dedica uma hora do dia para atualizá-la. Publica a linha narrativa e faz com que os personagens conversem entre si, em suas páginas do Facebook.

Além disso,tem uma terceira atribuição: postar links relacionados ao enredo. “Se o personagem escuta uma música, coloco um link com o vídeo dela no YouTube. Se vai para a Itália e cita o [ditador Benito] Mussolini, complemento com um link sobre ele da Wikipedia“, contou.

Por telefone, o autor João Tordo se disse satisfeito: “Muitos personagens são parecidos com o que imaginei.

Ele acredita que a ação não atrapalha a versão impressa: “O livro saiu há seis meses, está na quinta edição. O grosso das vendas foi feito. E as pessoas que não costumam ler podem eventualmente se interessar.

Ele aponta que as versões são muito distintas entre si: “Monólogos interiores estão no romance e não no Facebook. A internet não substitui o livro“.

A história se estenderá por mais duas semanas. Depois, os personagens continuarão a existir no Facebook, mas sem se manifestar.

De acordo com os publicitários Rosa e Carvalho, a editora Leya, responsável pela publicação de “O Bom Inverno” em Portugal, já pensa em adaptar um segundo livro para a internet.

POR ROBERTO KAZ | Folha de S.Paulo | São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

Custo dos eBooks desafia editoras


Apesar de ganharem relevância na discussão sobre a migração dos livros em papel para os meios digitais, os livros eletrônicos, ou e-books, ainda desafiam as editoras nos custos de tecnologia.

Segundo empresas ouvidas pela Folha, os gastos para converter os textos impressos para a versão digital e para revisar todas as edições ainda são uma equação não solucionada pelas editoras.

Para se converter mil títulos para a versão digital, por exemplo, são gastos de R$ 300.000 a R$ 500.000 adicionais, valores que incluem o trabalho e as revisões“, afirma Sérgio Machado, presidente da editora Record.

Na avaliação de Machado, hoje o e-book está relacionado principalmente à comodidade de compra de um livro digital, e não necessariamente à experiência de leitura. No entanto, não podem ficar para trás da demanda.

Por enquanto ainda não há uma mina de ouro. Até agora só existem investimentos, mas não podemos ignorar esse setor“, resume.

Ao lado da Record e integrante da DLD [Distribuidora de Livros Digitais, que entregam o conteúdo adaptado para livrarias], a editora Objetiva afirma que as empresas estão adaptando seus modelos de negócio para a era digital.

Os livros digitais ainda estão se preparando para decolar no fim de 2011 e início de 2012“, diz Roberto Feith, diretor geral da Objetiva e presidente do conselho da DLD.

No entanto, está mais fácil contratar os direitos autorais dos autores para publicações digitais porque não há mais tanta insegurança jurídica quanto há cerca de três anos sobre o modelo de remuneração.

Em média, segundo Feith, enquanto a participação dos autores nos livros impressos era de 20%, nas publicações digitais chegam a 25%.

Na avaliação de Mariana Zahar, diretora executiva da Zahar, uma das primeiras editoras do Brasil a entrar no negócio on-line, embora o mercado precise amadurecer, ainda há possibilidade de explorar novos conteúdos dos livros digitais com a era dos tablets.

A possibilidade de exploração de elementos audiovisuais está muito maior“, afirma.

LOJAS EM PREPARAÇÃO

As livrarias também se preparam para o triunfo dos livros eletrônicos, embora ainda apontem restrições para que a categoria deslanche no país.

Hoje são três principais entraves: criação de software compatível da loja digital com os aparelhos a venda, acervo em português e preço dos leitores eletrônicos. Quando as três questões estiverem resolvidas, o mercado deverá deslanchar“, diz Marcílio Pousada, presidente da Livraria Saraiva.

Há quase um ano com uma loja virtual de títulos que podem ser livros no computador, nos tablets ou nos leitores digitais –como o Alfa, da Positivo -, a Saraiva tem hoje 220 mil títulos em inglês e 3.600 em português.

O faturamento da loja on-line é o 80º entre as 99 operações da empresa do país, segundo Pousada.

Já a Livraria Cultura aposta na forma de convergência da tecnologia com os livros. A empresa está lançando os “livros como aplicativos” em que os usuários podem baixar os títulos digitais acompanhados com audiolivros para iPhone e iPad.

AMAZON NO BRASIL

Caso a chegada da Amazon ao Brasil se confirme para os próximos meses, ela deverá ajudar a impulsionar os números de vendas de livros on-line no país.

Segundo a Folha apurou, a gigante americana do varejo prepara sua estréia com operações exclusivamente on-line, com a venda do leitor Kindle.

Segundo a consultoria ebit, no ano passado a categoria representou 12% de todos os pedidos on-line no país. O comércio eletrônico movimentou R$ 15 bilhões e a categoria “livros e assinaturas de revistas” foi a segunda mais influente nas vendas.

A expectativa para este ano é que o segmento atinja R$ 20 bilhões.

POR CAMILA FUSCO | Folha.com | 24/05/2011 – 06h30