Arte e tecnologia: novas interfaces


Passo Fundo estava cheio de feras das letras e da cultura em geral, debatendo esse tema coordena craques Alcione Araújo, Júlio Diniz e Ignácio de Loyola Brandão. Opiniões diversas surgiram a cada debate, mas numa coisa todos concordavam: o livro impresso não vai morrer. “O livro é uma das invenções mais perfeitas da civilização“, afirmou Arriaga. Outra certeza da maioria: o que muda é apenas o suporte. Continua sendo literatura. Pedro Bandeira comentou: “O eBook vai substituir só o papel, não o livro. Você precisa de conteúdo pra colocar em qualquer ‘aparelhinho’. Acho que sempre existirá o impresso ao lado do eletrônico.” Fala frequente dos debatedores foi que assim como a TV não matou o rádio, nem o DVD o cinema, o eBook não vai matar o livro. Sempre há uma adaptação dos meios e uma “soma de forças”. Mas todos também foram unânimes em afirmar a importância da literatura na vida do ser humano. Em qualquer forma – para Arriaga, o cinema é literatura. Aliás, é dele também a consideração: “O que muda na sua vida se não ler Faulkner? Nada. O que muda na sua vida se não ler Guimarães Rosa? Nada. Então quando é que alguma coisa muda em sua vida? Quando você lê.” Perguntado se o eBook poderia colaborar para atrair novos leitores, Cristovão Tezza foi categórico: “Não. Mas tenho certeza de que a internet, sim, trouxe a palavra escrita de volta à sociedade. A televisão nunca teve nenhuma relação com a escrita, mas na internet, qualquer página aberta é um espaço de leitura.” E aos que reclamam da qualidade da escrita, Tezza responde que o importante é que estão voltando a ler e a escrever. “A internet trouxe novo valor social à leitura. As pessoas estão lendo mais e a longo prazo o efeito cascata vai atingir a literatura“, garantiu Cristóvão. Sobre a importância dos leitores, Arriaga fez um pedido ao público: “Por favor, me ajudem. Um livro só sobrevive do boca a boca. Se não se fala de um livro, ele morre. O escritor precisa dos leitores não só pra ler, mas também pra falar do livro.

A cobertura dos festivais pelo PublishNews tem o apoio da Livraria Martins Fontes da Paulista.

PublishNews – 30/10/2009 – Por Ricardo Costa

Notícias sobre o fim do livro


Parece que a grande novidade da última Feira do Livro de Frankfurt não foi a literatura chinesa nem outra literatura do Oriente ou Ocidente, e sim o rumor sobre o fim do livro. Dizem que esse objeto de papel vive o seu lento crepúsculo. Ou será um crepúsculo brusco, como a claridade ou a escuridão no equador? Ninguém sabe se o livro eletrônico vai sepultar a era Gutemberg. Minha intuição é que a biblioteca de papel e a eletrônica vão conviver por muito tempo. É provável que no futuro – mas todo futuro é impreciso – o livro impresso tenha um destino semelhante ao das salas de cinema. A venda do livro eletrônico está sendo disputada por três ou quatro empresas. É uma briga de cachorros grandes, que ladram no Japão, nos Estados Unidos e em algum país da Europa. Enquanto disputam o mercado, dezenas de milhões de crianças africanas, latino-americanas e asiáticas nunca leram, nem mesmo folhearam um livro infantil. Em todo caso, as vozes do apocalipse são cíclicas: aparecem e somem com seus pesadelos espaçados, como se a humanidade necessitasse de notícias catastróficas para decretar o seu próprio fim ou extermínio…

O Estado de S. Paulo – 30/10/2009 – Por Milton Hatoum

Editora dinamiza na web


O endereço é o mesmo, mas o conteúdo, quanta diferença! A famosa frase publicitária criada para divulgar um produto para os cabelos também pode ser aplicada ao novo portal da Cosac Naify, inaugurado nesta semana. Isso porque o conteúdo segue sendo disponibilizado no endereço http://www.cosacnaify.com.br, mas com seu conteúdo totalmente reformulado. Entre as novidades, a editora passou a disponibilizar livros para download. O primeiro livro escolhido é Flores, do mexicano Mario Bellatin, que consentiu que a obra recém-lançada ficasse a disposição de todos. A editora também aposta na maior interatividade oferecendo canais de diálogo com o seu público. Twitter [@cosacnaify], com mais de 2600 seguidores espontâneos, Facebook, com mais de 800 membros e Orkut. No site reformulado, destaca-se ainda a estreia do Blog da Cosac Naify, com um capítulo inédito do livro Guerra e paz, de Tolstói, traduzido por Rubens Figueiredo, disponível para os leitores com um ano de antecedência ao seu lançamento, previsto para novembro de 2010. O blog continuará adiantando trechos de livros selecionados pelos editores, curiosidades sobre a escolha das capas e mais informações quentes sobre os próximos lançamentos da editora. Além disso, a Loja Virtual ganha nova seção voltada para bibliófilos onde são disponibilizados em primeira mão, somente para aquisição online, livros com diferenciais gráficos que se tornaram raridade no mercado.

PublishNews – 30/10/2009 – Por Redação

Vida breve, por 14 cronistas e ilustradores


Será lançado na próxima segunda-feira, 2 de novembro, Dia de Finados, o site de crônicas Vida Breve. Para cada dia da semana, foi designada uma dupla fixa de colaboradores, formada por um cronista e um ilustrador. São sete escritores e sete artistas gráficos envolvidos no projeto. Os cronistas são Ana Paula Maia, Eliane Brum, Fabrício Carpinejar, Humberto Werneck, Luís Henrique Pellanda, Rogério Pereira e Tatiana Salem Levy; os ilustradores, Felipe Rodrigues, Marco Jacobsen, Osvalter, Ramon Muniz, Ricardo Humberto, Simon Ducroquet e Tereza Yamashita. A iniciativa de reunir esse time de colaboradores em torno da prática e da publicação de crônicas na internet partiu dos jornalistas Rogério Pereira, editor do jornal literário Rascunho, e de Luís Henrique Pellanda, colunista do jornal, e que, em novembro, lança seu primeiro livro de contos, O macaco ornamental, pela editora Bertrand Brasil. Confira no link “Leia Mais” as duplas e os dias em que cada uma publicará seus trabalhos.

PublishNews – 30/10/2009 – Por Redação

Website divulga poesia em diversos idiomas


Através de parcerias em 41 países, o site Lyrikline oferece ao usuário 5.550 poemas em diversas línguas, além de áudios a serem baixados da internet no idioma original. Christiane Lange, da Literaturwerkstatt [ oficina de literatura ] de Berlim, está convencida de que poesia é também sonoridade. “Ou seja, não basta ler um poema. Este tem um ritmo, uma respiração. Ao se ouvir uma poesia, principalmente quando lida pelo próprio poeta, a obra ganha uma presença física“, analisa Lange. Por isso, no site www.lyrikline.org não se pode apenas ler poemas impressos, mas também ouvi-los em arquivos de áudio. Nos dez anos de existência do site, foram publicados mais de 5.500 poemas. “Começamos com 16 poetas alemães. Aí o projeto foi crescendo cada vez mais. Hoje, temos parceiros em 41 países“, diz Lange.

Deutsche Welle [ Alemanha ] – 30/10/2009 – Por Oliver Kranz